Reche vence em Pocono por 0.021s após final cinematográfico na Indy Gold


Uma última volta insana, carros lado a lado, estratégia afiada e nervos de aço definiram a corrida mais emocionante da temporada do Sectronic Indy Gold.


A oitava etapa da Sectronic Indy Gold foi daquelas que definem uma temporada inteira.
No triângulo de Pocono, onde tudo pode acontecer — e normalmente acontece — Daniel Reche colocou seu carro exatamente onde precisava, venceu por 21 milésimos e entregou uma das chegadas mais marcantes da história recente da Top One AV.


Primeira amarela cedo e corrida acelerada

Logo na volta 6, o toque entre Pagani invadindo o espaço de Rafael Fuzaro trouxe a primeira bandeira amarela. O resto do pelotão resetou a estratégia, reabasteceu e colocou a corrida num cenário ainda mais imprevisível.

A partir daí, o ritmo foi insano: voltas na casa de 41.6 / 41.7, fila enorme e quase nenhuma possibilidade de abrir vantagem — tudo indicava que a prova só seria resolvida nos detalhes.


Estratégias diferentes, mas pelotão sempre junto

Ademir Mendes e Cristiano Benevenuto ditaram o ritmo por boa parte da etapa, mas com o pelotão compacto, qualquer erro custava cinco ou seis posições imediatamente.
E em Pocono, o erro pode vir simplesmente do ar sujo na entrada da curva 2.

Quem brilhou nesse momento foi Elisson Flauzino, que alongou o stint e voltou na parte da frente após sua parada em verde.


A amarela que mudou tudo: volta 106

Em meio a mais um tri-wide padrão Pocono, Ademir Mendes e Guilherme Baldin se tocaram após um netcode, dando início ao caos e provocando a segunda amarela da noite.

Essa neutralização foi crucial porque:

  • Reagrupou toda a fila
  • Recolocou pilotos que estavam fora do jogo, como Tiago Bandeira
  • Desmanchou a vantagem de quem vinha administrando o combustível
  • Preparou um final absolutamente imprevisível

O caos controlado: tri-wide, four-wide e sobrevivência

Faltando menos de 20 voltas, o pelotão virou um colapso organizado:
tri-wide e four-wide aconteceram praticamente toda hora.

Foi provavelmente o trecho mais bonito da temporada — e também o que mais exigiu frieza.

Até que, faltando quatro voltas, um novo toque entre Baldin e Benevenuto trouxe a terceira bandeira amarela, deixando o grid com apenas uma volta lançada para decidir tudo.

E aí…


A última volta: o ataque perfeito de Daniel Reche

Victor del Porto, líder do campeonato, largou em primeiro.
Márcio Mendes veio por fora com agressividade.
Reche, em terceiro, sabia que teria uma única chance.

Na reta oposta, com o embalo perfeito, encaixou o carro entre Porto e Márcio e assumiu a liderança na segunda curva.

Na saída da última curva, resistiu ao contra-ataque e cruzou a linha com apenas 0.021s de vantagem.


🎙️ Declarações Pós-Corrida

Daniel Reche – Vencedor

“Eu sabia que tinha de ganhar no tempo de reação. Se eu me movesse um pouco antes, eu batia no Márcio e acabava com a corrida de todo mundo. A paciência e a precisão foram fundamentais. Quando eu saí da curva dois na frente, entendi que a vitória era possível.”

“Quero destacar: andar tri-wide e four-wide em Pocono sem bater é coisa de grid grande. Pouquíssimos lugares no mundo conseguem isso.”


Victor del Porto – 2º lugar

“Hoje era muito mais sobre sobreviver. Eu fiquei a corrida toda evitando acidentes, porque esse pacote aqui é complicado. Fiz uma estratégia conservadora e sabia que, se escapasse ileso da confusão, teria chance no final.”

“Na última volta tirei um pouco o pé porque achei que o Reche estava mais perto do que realmente estava. Ele foi preciso. No fim, para o campeonato, foi um ótimo resultado.”


Márcio Mendes – 3º lugar

“O ritmo estava absurdo. Todo mundo andando forte e economizando ao mesmo tempo. A gente tinha uma estratégia boa, eu e o Bizotto, mas uma troca errada de vácuo na frente atrapalhou o plano.”

“Na última volta era vencer ou ser engolido. O Reche carregou muita velocidade e escolheu a hora certa. Um pódio aqui vale muito.”



Situação do campeonato

Mesmo com a derrota no photo finish, Victor del Porto amplia sua vantagem entre os líderes — principalmente com Fuzaro abandonando cedo e Jonatas ausente por problemas de energia.
Reche volta forte para a briga, e Márcio Mendes se afasta da zona de risco.


Próxima etapa: Kansas

Um oval onde:

  • a linha de fora costuma dominar,
  • o desgaste de pneu começa a importar,
  • e o draft continua sendo decisivo.

Ou seja: mais emoção vem por aí.

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